✠ A única forma de se livrar de seus medos é fazer filmes sobre eles ✠

domingo, 3 de abril de 2011

A Serbian Film gera polêmica e pode dar prisão

“A Serbian Film” foi retirado da edição deste ano do festival de cinema San Sebastián Horror and Fantasy. Um juiz proibiu exibições do filme depois de a Confederação Católica de Pais de Alunos ter pedido que o filme fosse excluído da programação, devido à violência extrema que retrata. Entretanto, os direitos de distribuição de “A Serbian Film” já foram comprados para os Estados Unidos.

O filme trata da vida de Milos, um ex ator pornô que tenta levar sua vida com a família bem, até que uma ex colega de filmes o chama para participar de um novo filme para um figurão da indústria que irá sustentar a ele e sua família por um bom tempo em um país como a Sérvia, em que poucos conseguem reconstruir suas vidas após anos de guerra.. Só tem uma condição: não poderá saber de antemão nada daquilo que se vai passar na rodagem. E ninguém está preparado para o que Vukmir, o realizador, tem planejado. Pedofilia, sado-masoquismo, violação, snuff, necrofilia, incesto e até newborn sex são algumas das "surpresas" que aguardam os espectadores...


Esta não é a primeira vez que “A Serbian Film” é forçado a sair da programação de um festival de cinema. O filme já tinha gerado controvérsia quando o British Board of Film Classification forçou a organização do British Horror Film Festival, que decorreu em Outubro de 2010, a retirá-lo da programação. Em Agosto do mesmo ano, o filme já tinha sido retirado da mostra Film 4 Frightfest, também britânica.

Segundo o jornal “El Pais”, a organização do San Sebastián Horror and Fantasy distinguiu “A Serbian Film” com um Prêmio Especial do Público, “por tornar-se, sem sequer ser projetado, num símbolo de liberdade de expressão”.



O que é mais estranho no meio disto tudo é que “Srpski Film” não é um mau filme, antes pelo contrário. Enquanto o podemos apreciar, na primeira meia hora, o filme é muito bem realizado e fotografado. O clima de incerteza é muito bem conseguido e a tensão que vai emergindo aos poucos é muito bem doseada. Tudo está feito de forma super realista, o que intensifica a brutalidade. As imagens são quase sempre belissimamente captadas, mesmo que aquilo que lá esteja seja horrendo.

''A Serbian Film'' gera polêmica e pode dar prisão

O filme "A Serbian Film", do sérvio Srdjan Spasojevic, continua envolvido em polêmica e a última já se tornou um caso de tribunal. A procuradoria de Barcelona acusou o Festival de Sitges e o seu diretor, Ángel Sala, de promoção de pornografia infantil pela exibição do filme.

O Ministério Público espanhol, noticia a agência Lusa, considera que duas cenas do filme poderão ultrapassar a legalidade: uma com a violação de um recém-nascido e outra de sexo com uma criança de cinco anos. Ángel Sala está assim a responder pela violação do artigo 189.7 do Código Penal espanhol, que condena com pena de três meses a um ano de cadeia ou multa quem "produza, venda, distribua, exiba ou facilite por qualquer meio material pornográfico em que, não tendo sido utilizados diretamente menores ou incapacitados, se utilize a sua voz ou imagem alterada ou modificada".

Uma dezena de diretores de festivais espanhóis já reagiu assinando uma carta de apoio a Sala na qual apelidam o comportamento da procuradoria de Barcelona como um "retrocesso a época de censura contra a liberdade de expressão e de programação cultural que acreditavam que pertenciam à História".

O comunicado manifestou surpresa por a acusação colocar a responsabilidade num programador cultural e não nos responsáveis pelo conteúdo (realizador e produtores) frisando os subscritores que "A Serbian Film" já foi projetado nos mercados de cinema mais prestigiados do mundo como Cannes e o American Film Market, na Califórnia. Em Londres, porém, o Festival da capital inglesa excluiu o filme de Spasojevic, pois o Conselho Britânico para a Classificação de Filmes exigia que houvessem 49 cortes (num total de quatro minutos) para que o filme pudesse ser exibido.

"A Serbian Film" pôde ser visto no Fantasporto 2011, festival onde o filme sérvio venceu o Prêmio Especial do Júri. O diretor do festival português, Mário Dorminsky, considera a situação da acusação simplesmente surreal.

"O diretor do Festival de Sitges, como os diretores de qualquer festival que exibiu o filme, tem a nossa solidariedade porque estão a exibir uma obra cinematográfica e não mera pornografia infantil", disse Dorminsky à Lusa.

Sobre as duas cenas que estão na mira da procuradoria de Barcelona, Dorminsky sublinhou que "há o lado de sugestão mas não há visualmente nada" e considera o filme uma "parábola sobre o que foi a completa loucura da vivência dos sérvios aquando da guerra na Iugoslávia".

A demência disto é tanta, que temos de ir por partes. Primeiro, o filme não é pornográfico, quando muito é soft-core. Além disso, na cena em que um recém-nascido é violado, trata-se claramente de um animatronic (bem meia-boca por sinal) e não de um bebê real, e na cena em em que uma criança de 5 anos é sodomizada, só percebemos de quem se trata depois do ato, porque o abusado está completamente tapado da cintura para cima. Ou seja, é importante distinguir as coisas para se perceber bem a acusação. O que é proibido? Imagens em que acontecem tais abusos ou aquelas em que eles são sugeridos? Onde é que começa e termina a liberdade de expressão?

"O que acontece é que há um tratamento cinematográfico exemplar. É um filme de muita qualidade, mas que, tendo em conta o seu conteúdo, é extremamente difícil de digerir. Se me perguntarem se quero ver duas vezes, não quero!", acrescentou Dorminsky sublinhando que em Portugal não houve qualquer protesto ficando demonstrado que este é um país que "tem liberdade de expressão, sem qualquer censura".

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