✠ A única forma de se livrar de seus medos é fazer filmes sobre eles ✠

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A sexta edição do Cinefantasy está chegando!!!


Preparem-se para a sexta edição do Festival Internacional Cinefantasy, evento que acontecerá entre 22 de novembro e 04 de dezembro em vários espaços culturais da cidade de São Paulo. Diferente do que o Brasil está acostumado a assistir em termos de festival, o Cinefantasy incentiva, divulga e debate a diversidade temática no cinema nacional há cinco anos. Hoje é um evento de grande porte, cuja programação é totalmente voltada ao cinema fantástico.


O material gráfico do Festival apresenta, neste ano, uma divertida, e ao mesmo tempo sombria, ilustração criada especialmente pelo animador e designer Victor-Hugo Borges. O caráter lúdico e fabuloso dessa criação delineia perfeitamente o conceito do Cinefantasy. O Festival nasceu em 2006 no litoral de São Paulo, migrou para a capital paulista há três anos e hoje ocupa três salas de cinema durante duas semanas. A edição de 2010 consolidou o Cinefantasy como o principal festival de gênero no país, tendo o reconhecimento do público, crítica e mídia.


Com programação dividida em mostras competitivas (curta-metragem, longa-metragem, Desafio Mestre dos Gritos), mostra paralela e atividades de formação, o Cinefantasy visa fomentar a produção do cinema fantástico e a formação de público. As mostras competitivas selecionam o melhor do mundo em curtas e longas-metragens do gênero fantástico para competir pelo cobiçado prêmio “Corpo-Seco Dourado”. Em 2010, os longas que conquistaram a estatueta foram o belga “Christopher Roth”, o húngaro “1” e o anglo-romeno “Strigoi”; na competitiva de curtas, o gaúcho “Quiropterofobia”, o paulista “Coda”, o francês “La Revelacion” e o argentino “Deus Irae”.


A mostra paralela traz retrospectivas, homenagens, exibições temáticas e encontros com diretores e figuras de importância para o universo fantástico. O Festival também oferece oficinas, workshops e palestras gratuitamente.


Parcerias e intercâmbios com entidades e eventos estrangeiros são provas do prestígio internacional que o Cinefantasy conquistou. Em 2010, uma seleção dos vencedores do Cinefantasy viajou pela América Latina, sendo exibida em festivais da Aliança Latino-Americana Fantafestivales, da qual o Cinefantasy é membro fundador. O Cinefantasy também faz parte da recém-criada Aliança Internacional de Filmes de Gênero.


Para maiores informações acessem:

www.cinefantasy.com.br

contato@cinefantasy.com.br

sábado, 15 de outubro de 2011

Primeiras imagens do longa "Diário de um Exorcista", de Renato Siqueira

Finalmente as primeiras imagens do longa "Diário de um Exorcista" do ator e diretor Renato Siqueira, responsável pelos curtas A Cura, Quintessência, Estrada Sem Fim e Laços Violados.

"ESTRANHA" selecionado para a mostra competitiva do VI Montevidéu Fantástico


Ano passado a Recurso Zero participou do V Montevídeu Fantástico com o filme "GATO", e receberam o prêmio de Melhor Curta Metragem Latino Americano com o curta. Esse ano mais um filme da trupe de Joel Caetano foi convidada para o evento, e dessa vez com o curta "ESTRANHA", que vai representar a RZP no festival, que exibirá diversos curtas e longas fantásticos, vários deles do Brasil, inclusive o longa "A noite do Chupacabras" dos nossos amigos da "Fábulas Negras Produções" (dirigido por Rodrigo Aragão) que também foi selecionado no evento.


O evento acontece de 12 a 18 de outubro, mais informações no site clicando aqui.

A conturbada história dos video nasties

Assistindo o documentário "Video Nasties: Moral Panic, Censorship and Videotape" (de Jake West, 2010) fiquei pensando em como as coisas estão andando semelhantes na nossa época assim como eram nos tempos idos do Código dos Quadrinhos e da BBFC. Tomando este incrível documentário como alavanca resolvi postar algo sobre a "caça às bruxas" realizada contra os ditos videos nasties aqui no Gore Boulevard. Boa leitura, mas cuidado...

Desde o infeliz banimento dos filme "A Serbian Film" de algumas mostras brasileiras e internacionais eu não duvido que os orgãos censores retomem suas atividades novamente...

No início dos anos 80 a Inglaterra não era muito diferente do Brasil nos termos de distribuição de VHS, pequenas e numerosas distribuidoras de fundo de quintal apareciam e sumiam em velocidade espantosa. Com a explosão da popularidade dos vídeo cassetes e por não poderem adquirir os sucessos de Hollywood, lançavam aos borbotões qualquer coisa que satisfizesse a demanda crescente, entre eles entravam os filmes de terror que em sua maioria eram estrangeiros e jamais antes exibidos. Na realidade algumas destas produções eram tão obscuras e violentas que de outra forma jamais conseguiriam um lançamento em cinema no país. Estas empresas faziam de tudo para conquistar sua clientela, na maior parte das vezes empregando artes de capa e contra-capa de gosto questionável para trazer a “atração pelo repúdio”, que é o tema principal do excelente livro da editora britânica FAB Press, “Shock! Horror! Astounding Artwork from the Video Nasty Era”. O mercado estava aquecido e as fitas de horror se tornaram imediatamente populares nas salas dos ingleses.

Em um esforço para promover publicidade para o lançamento de Cannibal Holocaust, a empresa Go Video escreveu anonimamente para Mary Whitehouse enviando-a uma cópia do filme, foi quando as primeiras rachaduras na indústria apareceram e o que elas mostravam era uma previsão de que as coisas começavam a andar errado. Esse aspecto somado as condições daquele povo nestes tempos – alta criminalidade, desemprego elevado e recessão econômica – fizeram com que estes filmes fossem o “bode expiatório” que a política estava procurando. Não tarda muito e em 1982 a campanha inflamada contra os já nomeados “videos nasties” de Mary Whitehouse, comparando o impacto de filmes como Cannibal Ferox com a descoberta do vírus HIV, tomava a televisão e os jornais, provocava frenesi e histeria em massa na população culpando seus problemas pela exposição dos jovens a violência filmada - “caça às bruxas” estava instaurada.

Sob o “ato 1984″ a BBFC (renomeada como British Board of Film Classification)
ficaria responsável também por certificar os lançamentos em vídeo com efeito imediato, além de exigir que todos as produções lançadas antes da data da lei deveriam ser re-submetidas em um prazo de 3 anos, dividido em etapas. A contraditória classificação em separado (pelo medo de que estas fitas parassem nas mãos de crianças) fez com que muitos filmes que eram lançados sem cortes no cinema fossem cortados em VHS. O caso mais particular foi no filme O EXORCISTA que, lançado nos cinemas e em VHS pela Warner Home Vídeo em Dezembro de 1981, não conseguiu uma certificação pela BBFC e foi retirado das prateleiras em 1986 (contudo, não citado posteriormente no rol dos “vídeo nasties”).

Com as pequenas distribuidoras não houve tempo para resposta. Armados com uma “lista negra”, a polícia corria pelo país apreendendo vídeos. Alguns deles eram retirados em uma locadora em um condado e largado em outro condado adjacente; alguns títulos eram escolhidos a esmo enquanto outros eram confiscados para valer. Alarmados com a evidente seleção arbitrária, o inconsistente trabalho da polícia e o sem número de estabelecimentos que faliram com multas e apreensões, a Associação das Locadoras de Vídeo suplicou ao Departamento de Procuradoria Pública (DPP) por orientações sobre quais materiais poderiam ser comercializados e quais eram candidatos ao confisco. Reconhecendo as falhas no processo, o DPP preparou uma lista com os filmes que deveriam ser autuados e cujos processos contra as respectivas distribuidoras estavam concluídos. Esta lista foi conhecida como a “Video Nasties List”.


A lista mudava sua composição desde que foi publicada pela primeira vez em junho de 1983. Foram 74 títulos e alguns deles deixaram a lista quando os processos falharam ou as distribuidoras faliram. Ao todo 35 filmes inicialmente listados pela DPP que nunca conseguiram um processo favorável e não obtiveram certificação e 39 foram banidos. Por mais de 15 anos muitos destes foram deixados no limbo cinematográfico pelo "ato 1984", que, efetivamente, colocou um fim na lista por força da lei, quando em 1986 todos os filmes lançados não certificados tornaram-se ilegais.

Na prática a DPP manteve esta lista até a metade dos anos 90, mas no fim a Video Recordings Act foi perdendo sua função e aos poucos saiu da cena. Com a mudança do regime da BBFC e a facilidade de se conseguir material importado ou baixado pela Internet fez com que muitos destes fossem re-classificados e lançados sem cortes enquanto outros não tiveram a mesma sorte (a maioria por violência sexual ou com animais), mas ao menos não banidos. Curiosamente filmes modernos com teor de violência brutal como Saw (Jogos Mortais) e The Hostel (O Albergue) passaram sem cortes pela BBFC. Abaixo vocês conferem a lista completa com todos os 74 filmes e os seu destino após o ato:


ABSURD (Itália, 1981) - Dirigido por Aristide (Joe D'Amato) Massacessi. A despeito dos cortes da versão de cinema (2 min 32s), o filme recebeu uma classificação "18 anos" da BBFC em 1982 para o cinema e a tentativa da distribuidora Medusa Video em re-inserir os cortes foi banido. Conseguiu a certificação com os cortes originais, mas o filme tem boas chances de passar sem cortes pelo novo regime da BBFC.

ANTHROPOPHAGUS: THE GRIM REAPER (Itália, 1980) Dirigido por Aristide (Joe D'Amato) Massacessi. Este filme de canibais foi famoso por ter algumas das maiores cargas de gore de qualquer um dos “videos nasties” e foi lançado em vídeo em uma versão cortada e outra sem cortes, ambas foram banidas. Os cortes da versão dos Estados Unidos (aproximadamente 2 min) foram submetidos a BBFC e aprovados em 30 de janeiro de 2002.

AXE (EUA, 1977) Dirigido por Fred Friedel. Este filme obscuro já havia passado com cortes em 1982 para lançamento em cinema. Os cortes foram re-inseridos pela distribuidora VRO video em VHS e acabou banido. O filme saiu da lista da DPP e passou pela BBFC como ‘The California Axe Massacre’ com cortes de 19 segundos em 2001 e sem cortes em 2005.

THE BEAST IN HEAT (Itália, 1977) Dirigido por Luigi Batzella. Uma produção nazi exploitation é conhecida pelo péssimo gosto que beira a sátira, com cenas de um anão ninfomaníaco! A primeira aparição em vídeo foi pelo selo JVI, uma empresa incrivelmente pequena que distribuiu um número limitado de cópias com certificado da Espanha, hahaha! Depois do banimento estas fitas custavam peso de ouro no mercado negro. Ainda banido, é bem provável que jamais seja lançado novamente.

THE BEYOND (Itália, 1981) Dirigido por Lucio Fulci. Desnecessário de introduções, a produção mais famosa do diretor italiano foi lançada em cinema com cortes de 2 minutos pela BBFC e estranhamente foi esta mesma versão, pela Vampix video, que foi banida. Duas versões posteriores (Elephant Video e VIPCO) foram certificadas com ainda mais cortes. Em 31 de Janeiro de 2001 conseguiu uma certificação para ser comercializado sem cortes.

BAY OF BLOOD/BLOODBATH (Itália, 1971) Dirigido por Mario Bava. A notória importância desta produção para o gênero não foi suficiente para sensibilizar os censores quando teve certificação para o cinema rejeitada em 1972. Futuramente a versão em VHS lançada pela Hokushin Video acabou na lista. Uma versão cortada foi aceita em 1994 (Redemption Video) e a mesma edição foi certificada para DVD em 2002.

BLOOD FEAST (EUA, 1963) Dirigido por H. G. Lewis. A película mais velha a figurar na lista também é uma das mais amadoras, apesar do gore característico dos filmes de Lewis e viu a luz do dia pela Astra home video. Estranho pensar que um filme tão amador poderia corromper crianças ou ser depravado o suficiente para ser levado a sério. De qualquer maneira em junho de 2001 conseguiu voltar para as prateleiras com 23 segundos de cortes e em 2005 sem corte algum.

BLOOD RITES (EUA, 1967) Dirigido por Andy Milligan. O filme mais sangrento do diretor Andy Milligan possui atuações terríveis e orçamento próximo do zero, conseguiu as prateleiras pela Scorpio Video, foi perseguido e acabou na lista permanecendo no limbo até os dias de hoje, talvez por causa da pequena importância das distribuidoras atuais em re-submeter a produção para os censores, pois não há muito aqui que poderia causar polêmica na BBFC. Blood Rites ganhou um remake pelo próprio Milligan em 1972 (intitulado Legacy of Blood), tão ruim quanto.

BLOODY MOON (Espanha, 1981) Dirigido por Jesus (‘Jess’) FrancoO slasher-giallo vagabundo do espanhol Jess Franco (completo com seus ultra-zooms) foi lançado cortado nos cinemas em 1982 e pela depois pela Inter-Light video nas versões cortadas e sem cortes, esta última acabou na lista da DPP. Bloody Moon foi re-avaliado em 1994 e liberado com 1 minuto e 20 segundos de cortes.


THE BOGEYMAN (EUA, 1980) Dirigido por Ulli Lommel. A mistura de Halloween e Amityville Horror, de Lommel, não sofreu cortes nos cinemas no ano de 1980. A mesma edição da VIPCO Vídeo em VHS foi banida. Levado novamente em apreciação no ano de 1992 sofreu cortes e finalmente liberado completo em 2000.

THE BURNING (EUA, 1980) Dirigido por Tony Maylam. A variação de Friday 13 do diretor Maylan com excelentes efeitos de Tom Savini passou pela tesoura da BBFC para lançamento nos cinemas (19 segundos de cortes). Erroneamente a distribuidora Thorn EMI lançou em VHS a edição completa do filme e esta foi banida, desde então todas as produções da Thorn EMI eram vistas com olhares críticos pelos censores. Passou sem cortes em agosto de 2002.

CANNIBAL APOCALYPSE (EUA/Itália, 1980) Dirigido por Antonio Margheriti. Apesar de ter o "Canibal" no título está mais para uma cópia dos filmes de zumbi de George Romero. Nunca foi submetido para apreciação da BBFC e mesmo assim a Replay home video colocou um selo de certificação falso quando lançado em VHS. Ficou banido até 2005 quando passou com um ínfimo corte de 2 segundos.

CANNIBAL FEROX (Itália, 1981) Dirigido por Umberto Lenzi. Um dos filmes mais violentos da lista e polêmico pela excessiva gratuidade dos maus tratos contra animais foi lançado pela Replay também com uma certificação falsa e depois totalmente mutilado (cerca de 7 minutos), contudo ambas as versões nunca foram submetidas à BBFC. A VIPCO em 2002 fez pré-cortes de 5 minutos e ainda assim a BBFC exigiu mais 6 segundos de cortes, sendo essa a edição disponível hoje no Reino Unido.

CANNIBAL HOLOCAUST (Itália, 1978) Dirigido por Ruggero Deodato. Podemos dizer que de forma indireta, Ruggero Deodato começou toda a polêmica sobre os "vídeos nasties", ajudado pela distribuidora Go Video. Nunca foi visto pela BBFC oficialmente e embora a empresa que o lançou diga ao contrário provavelmente pré-cortes tenham sido realizados para a versão em VHS. Finalmente liberado em julho de 2001 com 5 minutos e 44 segundos a menos.

CANNIBAL MAN (Espanha, 1971) Dirigido por Eloy De La Iglesia. Este sombrio e belamente filmado melodrama nada tem a ver com os outros filmes de canibais da lista da DPP. Então foi possivelmente perseguida quando a Intervision trocou o título original (La Semana del Asesino) para algo mais chamativo. A versão sem cortes ficou banida até Novembro de 1993 quando passou com apenas 3 segundos de cortes.

CANNIBAL TERROR (Espanha, 1981) Dirigido por Julio Tabanero. O título é chamativo, mas acredite, é muito menos interessante do que parece. Depois de lançado pela Modern Films Video foi banido pela sua associação com os outros filmes de canibais (aparentemente a BBFC perseguiu tudo o que tinha "cannibal" no título) e algum gore mais profissional. Passou sem cortes em março de 2003.

CONTAMINATION (Itália, 1980) Dirigido por Luigi Cozzi. Uma das grandes injustiças nesta lista, esta variação de Alien e The Body Snatchers não tinha motivo algum para passar na lista. Ainda assim já havia sido lançado com pré-cortes ViP vídeo sem certificação e em meados dos anos 80 uma edição mutilada foi lançada. No início de 2003 foi re-submetido sem cortes, passou pela BBFC e ganhou certificação para maiores de 15 anos(!?!?)

DEAD AND BURIED (EUA, 1981) Dirigido por Gary Sherman. Não era só de produções obscuras e amadoras que se moviam a lista e este é o primeiro exemplo. Passou sem cortes em 1981, enquanto era lançado no cinema e surpreendentemente foi banida quando a Thorn EMI passou para VHS. Ficou pouco tempo na lista e no final dos anos 80 recebeu 5 segundos de cortes. Em 1999 foi liberado completamente.

DEATH TRAP (EUA, 1976) Dirigido por Tobe Hooper. Segundo filme de Hooper, com muito mais violência e menos tensão que o primeiro (para quem não sabe é The Texas Chaisaw Massacre). Foi certificado com cortes para lançamento em cinema em 1978. Em VHS a VIPCO re-colocou os cortes e acabou banido, parcialmente pela arte da capa e parcialmente pela implicância pessoal de Mary Whitehouse. Em meados dos anos 90 foi aprovado com 25 segundos a menos e em novembro de 2000 passou completamente. Como curiosidade, o filme anterior de Tobe Hooper, mesmo sendo extremamente mais assustador nunca figurou na famigerada lista.

DEEP RIVER SAVAGES (Italia, 1972) Dirigido por Umberto Lenzi. Ivan Rassimov, Me Me Lay e animaizinhos mortos estrelam o primeiro filme da onda canibal italiana. Não conseguiu certificação para ser lançado no cinema, então não seria novidade que a edição sem cortes em VHS pela Derann figurasse na lista da DPP. Cortes de 3 minutos e 45 segundos feitos em 2003 precisaram ser feitos para que o público do Reino Unido conseguisse ver a obra.

DELIRIUM (EUA, 1979) Dirigido por Peter Maris. Um thriller estúpido sobre um grupo de fascista que contratam um veterano do Vietnã psicopata para limpar as ruas. Levemente profissional e nunca interessante, ganhou as prateleiras pela VTC e acabou na lista sem muito fundamento. Em 1987 ganhou 16 segundos a menos e foi liberado.

THE DEVIL HUNTER (Espanha, 1981) Dirigido por Jesus Franco. Mais um treco de Franco, que pegou o lugar do diretor Armando De Ossorio quando este saiu andando do set - possivelmente depois de ver a porcaria do roteiro - essa tranqueira mistura Raiders of the Lost Ark com Anthropophagus! Cinehollywood lançou em vídeo e foi banido, muito mais pelo fetiche de Franco por mulheres nuas sendo chicoteadas, já que há pouco gore na tela. The Devil Hunter continua banido, pois nenhuma distribuidora parece interessada em lançar uma produção tão pobre assim.

DON'T GO IN THE HOUSE (EUA, 1980) Dirigido por Joseph Ellison. Seria um filme excelente na linha de Psicose não fosse a trilha sonora "disco" e o orçamento muito baixo. Contudo chegou a ser lançado em cinema em 1980 cortado, a empresa Videospace tentou re-inserir os cortes e acabou banido. Em 1987 saiu da lista após mais de 3 minutos de mutilações no fotograma.

DON'T GO IN THE WOODS ... ALONE! (EUA, 1980) Dirigido por James Bryan. Se Ed Wood estivesse vivo e com dinheiro para fazer um slasher teria grandes chances de sair como esse aqui. Sem o menor critério, a inaptidão de todos os envolvidos deve ter sido a causa do banimento. Nunca tentaram passar essa porcaria novamente por um bocado de tempo até que ganhou as prateleiras intacto em 2007.

DON'T GO NEAR THE PARK (EUA, 1979) Dirigido por Lawrence Foldes. Uma bagaceira totalmente esquecível e mais um caso de que a DPP não tinha muita seleção para banir filmes. em 2006 conseguiu passar ileso para lançamento em DVD.

DON'T LOOK IN THE BASEMENT (EUA, 1973) Dirigido por S. F. Brownrigg. Outro mistério na lista da DPP, pois esta maluca produção em um hospício ultrabarata foi lançada em VHS no Reino Unido pela Crystal Home Video em uma versão já muito mutilada e ainda assim acabou banido. Em 2005 não apenas passou sem cortes pela BBFC como ainda ganhou certificação para maiores de 15 anos.

DRILLER KILLER (EUA, 1979) Dirigido por Abel Fererra. Esqueçam o título chamativo, Drill Killer é de fato uma variação drogada de Taxi Driver sendo o debut de Abel Ferrara. A edição original em vídeo pela VIPCO continha pré-cortes, mas não foi suficiente para saciar os interesses da DPP e acabou banido. Esta mesma versão conseguiu passar posteriormente em 1999 e sua versão integral foi aprovada em novembro de 2002.

THE EVIL DEAD (EUA, 1982) Dirigido por Sam Raimi. O filme mais popular e notório da relação, tão realista quanto quadrinhos de terror, fez muito barulho quando foi banido e é esquisito quando se pensa que filmes significativamente mais gráficos como Bad Taste, de Peter Jackson, passaram sem maiores problemas. The Evil Dead foi lançado com pequenos cortes em 1982 no cinema e é a mesma versão banida quando chegou em vídeo pela Palace. Após 40 processos em cima da obra de Sam Raimi, foi re-lançada com mais cortes e em junho de 2002 o público britânico pôde assisti-lo em sua plenitude.

EVILSPEAK (EUA, 1981) Dirigido por Eric Weston. Essa versão masculina supertrash (e que eu ADORO!) de Carrie envolvendo satanistas, uma academia militar e porcos possuídos têm lá uma certa dose de splatter, mas é tão amadora que não mereceria estar neste rol. De qualquer maneira após uma re-edição com 3 minutos e meio a menos, foi disponibilizado intacto em 1999.

EXPOSÉ (Inglaterra, 1975) Dirigido por James Kenelm Clarke. Nem o fato de serem conterrâneos evitou que essa variação inexpressiva de Straws Dogs, de Sam Peckinpah, (que tem sua própria história de problemas com censura) evitasse seu banimento. Já pré-cortado pelos distribuidores no lançamento em cinema, apareceu em vídeo pela Intervision antes de ser banido. Depois foi re-considerado com 51 segundos de cortes.

FACES OF DEATH (EUA/Japão, 1979) Dirigido por Conan Le Cilaire. Metade real, metade picaretagem, o documentário sobre o "sentido da morte" foi pré-cortado pela distribuidora Atlantis em VHS e ainda assim foi banido pela DPP, assim como todas as suas seqüências. No ano de 2003 foi re-avaliado e liberado com cerca de 2 minutos e meio de cortes.

FIGHT FOR YOUR LIFE (EUA, 1977) Dirigido por Robert Endleson. A variação pobre e altamente racial de The Last House on the Left seria ofensivamente inassistível se não fosse tão afetado pelo baixo orçamento. É mais um caso de produção que não conseguiu classificação para o cinema (no ano de 1981) e foi banido quando lançado em VHS sem cortes prévios. Neste caso permanece banido até hoje e dificilmente sairá em sua versão integral.

FLESH FOR FRANKENSTEIN (Itália, 1973) Dirigido por Paul Morrissey. Da lista dos desconhecidos este filme de Morrissey talvez seja o mais profissional e interessante. Cortado em 1975 para lançamento na tela grande teve os cortes anulados pela VIPCO e foi banido imediatamente. Conseguiu sair da lista depois que a versão de cinema foi levada a apreciação, em 2006 saiu sem cortes. Diferentemente de seu filme "companheiro" Blood for Dracula (1972), que, mesmo contendo violência equivalente, nunca figurou nas discussões da DPP.

FOREST OF FEAR (EUA, 1979) Dirigido por Charles McCrann. Filme sujo e barato feito praticamente em casa com uma câmera de 16mm que trata de um grupo de hippies sedentos de sangue com efeitos comprados em um açougue. Quase um remake do anterior (e melhor) I Drink Your Blood (1972). Lançado pré-cortado (mas com o gore intacto) pela Monte Video, continua banido nos dias de hoje, porém não teria problemas em passar pela BBFC porque a maioria das mortes é off-screen e o espectador só vê a bagunça depois do ato consumado.

FROZEN SCREAM (EUA, 1982) Dirigido por Frank Roach. Mais um caso misterioso na lista da DPP, pois esta produção é praticamente inofensiva e conta a história sobre um médico maluco buscando a imortalidade. Permanece banido, todavia atualmente é mais uma situação que não teria polêmica em ser re-lançado.

THE FUNHOUSE (EUA, 1981) Dirigido por Tobe Hooper. Tobe Hooper não estava com a força quando apresentou seus filmes ao Reino Unido, pois foi lançado nos cinemas e banido em VHS, todavia, em 1987, foi devolvido da apreciação sem cortes. Rumores dizem que The Funhouse foi pego por engano, pois uma cópia pirata do muito mais perigoso Last House on Dead End Street (1976) era distribuída com o título alternativo de 'Funhouse'.

GESTAPO'S LAST ORGY (Itália, 1977) Dirigido por Cesare Canevari. Vil e profissional, o propósito deste Nazi exploitation era ofender mais do que os filmes superficialmente similares (Ilsa, She Wolf of the SS, Deported Women of the S.S. Special Section) e foi erradicado do Reino Unido, provavelmente para todo o sempre.

THE HOUSE BY THE CEMETERY (Itália, 1982) Dirigido por Lucio Fulci. Outro clássico de Fulci que obteve problemas na terra da rainha. Cortado em apenas 30 segundos para lançamento nos cinemas, a Vampix Video deve ter ficado fula da vida quando esta mesma versão entrou na lista da DPP. Para ser liberado, edições com 4 e até 7 minutos menos foram analisadas, mas em 2001 o filme foi re-certificado com 33 segundos de cortes.

THE HOUSE ON THE EDGE OF THE PARK (Itália, 1980) Dirigido por Ruggero Deodato. Uma abordagem de The Last House on the Left à italiana até inocente na sanguinolência, mas carregado de violência sexual que foi rejeitado para sair nos cinemas em 1982, com a versão em VHS pela Skyline banida. Passou com impressionantes 11 minutos e 43 segundos de cortes em julho de 2002, virou quase um trailer.

HUMAN EXPERIMENTS (EUA, 1979) Dirigido por Gregory Goodell. Típico thriller inofensivo dos drive-ins estadunidenses, foi mal interpretado por causa do título que lembra os nazi-exploitations e a arte da caixa que contém uma mulher seminua em tratamento. Assim a permanência da produção na lista foi por pouco tempo e em 1994 já pode ser disponibilizada com 28 segundos de cortes.

I MISS YOU HUGS AND KISSES (Canada, 1978) Dirigido por Murray Markowitz. Tedioso thriller com uma estrutura excessivamente complicada e poucas cenas de violência, também deve ter sido mais um caso de erro da DPP. A versão da Intercity Video (que lançou o muito mais ofensivo Pleasure Shop On 7th Avenue (1977), de Joe D’Amato, e nunca figurou na lista) foi banida e foi re-lançado pouco tempo depois com cerca de 1 minuto e meio a menos em 1987.

I SPIT ON YOUR GRAVE (EUA, 1978) Dirigido por Meir Zarchi. Problemático em diversas partes do globo, no Reino Unido não poderia ser diferente. A distribuidora Astra home video colocou na caixa do VHS a certificação 'R' utilizada nos Estados Unidos. Porém esta classificação deveria ser aplicada para a edição mutilada em 17 minutos, contudo o VHS britânico era, de fato, sem cortes. Por mais de 15 anos no rol da DPP até novembro de 2001 quando pôde sair com pouco mais de 7 minutos a menos.

INFERNO (Itália/EUA, 1980) Dirigido por Dario Argento. Nem Argento conseguiu evitar problemas na Inglaterra. A segunda parte da trilogia das mães conseguiu passar nos cinemas com cortes mínimos. Sem muito grafismo ou conceitos polêmicos, é de se surpreender que o mesmo material em VHS pela CBS/Fox video tenha sido banido. Em seguida passaram uma versão com 28 segundos a menos e finalmente outra com 20 segundos, que está relacionado a uma seqüência onde um gato come um rato.

ISLAND OF DEATH (Grécia, 1977) Dirigido por Nico Mastorakis. Sujo, violento, perverso, barato... A polêmica obra de sexploitation caiu em cheio na lista da DPP depois que a AVI video re-colocou todos os cortes do lançamento em cinema de 1981. Depois uma tentativa de re-lançamento - sob o título nonsense de Psychic Killer 2 - com pré-cortes de 13 minutos também foi recusada. A VIPCO em 2002 conseguiu garantir a certificação após abrir mão de 4 minutos e 9 segundos para a BBFC.

KILLER NUN (Itália, 1978) Dirigido por Giulio Berruti. Nun-sploitation moderado na violência deve ter sido erradicado mais pelo conceito de mal gosto que pelo conteúdo. A versão sem cortes foi banida na época, mas em 2006 conseguiu ver a luz do dia da maneira que foi idealizado.

THE LAST HOUSE ON THE LEFT (EUA, 1972) Dirigido por Wes Craven. Claro que com um rol tão grande de filmes ofensivos, o desconfortável debut de Wes Craven não poderia ficar de fora. Só que com este aqui a coisa foi mais além, teve lançamento nos cinemas recusados em 1974 e novamente em 2000. Em vídeo a distribuidora Replay video havia feito pré-cortes nas cenas mais extremas, contudo não teve desculpa. Em julho de 2002, com 31 segundos a menos pode ser lançado em DVD pela Blue Underground.

LATE NIGHT TRAINS (Itália, 1978) Dirigido por Aldo Lado. Outro The Last House on the Left italiano, bem feito, mas muito menos visceral que a obra de Craven. Como possuía pouco gore, o banimento deve-se as cenas de violência sexual, ainda que a distribuidora VWI tenha feito pré-cortes. Continua sem certificação e banido até os dias de hoje.

THE LIVING DEAD AT MANCHESTER MORGUE/LET SLEEPING CORPSES LIE (Espanha/Itália, 1974) Dirigido por Jorge Grau. A variação de Night of the Living Dead, de George Romero, produzida com um esmero excelente e uma fotografia primorosa foi terrivelmente mutilada quando foi para a tela grande e os cortes foram re-colocados pela distribuidora VIP. O resultado? Banimento. Conseguiu ser aprovado com 2 minutos a menos e em maio de 2002 foi aprovado sem cortes pela Anchor Bay.

LOVE CAMP 7 (EUA, 1967) Dirigido por Robert L FrostLove. Camp 7 é mais um pornô softcore disfarçado de nazi exploitation, pois bebe muito mais das fontes dos filmes W.I.P. do que do sub-gênero em questão. Houve uma tentativa de certificação em 2002 pela Salvation Films, mas ela foi recusada e o filme permanece banido.

MADHOUSE (EUA/Italia, 1981) Dirigido por Ovidio Assonitis. Este slasher (filme de psicopata caçando jovens desprevenidos) violento de dupla nacionalidade pintou nas prateleiras pela Medusa vídeo em duas versões, uma integral e outra com um pequeno corte em uma cena. Sem conseguir a certificação, a DPP não fez diferença entre as edições e baniu as duas. Sem haver muito o que incomodasse o novo regime da BBFC, foi certificado sem cortes em 2004.

MARDI GRAS MASSACRE (EUA, 1982) Dirigido por Jack Weis. Esta picaretagem sobre os filmes de H. G. Lewis consegue tornar os já semi-amadores filmes do diretor obras primas do cinema contemporâneo. A inépcia dos envolvidos e os erros anatômicos (especialmente relacionado a uma cena em que um coração é removido) não conseguem despertar interesse. A DPP baniu a versão sem cortes da distribuidora Goldstar e assim está até hoje. Amém.

NIGHT OF THE BLOODY APES (Mexico, 1969) Dirigido por Rene Cardona. México no fim dos anos 60 significa produções com qualidade questionável e este aqui é um mezzo lucha-libre, mezzo monstro, mezzo thriller e ainda enxertado com cenas reais de operações. Inesquecível! Com um minuto de cortes para lançamento nos cinemas em 1974, a Iver Film Services pôs os cortes no lugar e ganhou o banimento. A versão de cinema foi liberada em 1999 e depois re-certificada em 2002.

NIGHT OF THE DEMON (EUA, 1980) Dirigido por James Wasson. Certamente o filme mais sangrento baseado no pé grande, possui atuações péssimas e gore de açougue, contudo possui o climax mais tosco e engraçado da lista inteira. A Iver Film Services lançou a produção com "a coisa" toda: a castração de um motociclista, o desmembramento de um pescador e o climax, que resultaram em um encontro com a DPP. Saiu da lista depois que uma edição com cortes de 1 minuto e 41 segundos saiu em janeiro de 1994 pela VIPCO.

NIGHTMARE MAKER (EUA, 1981) Dirigido por William Asher. Estranho drama psicótico com algumas mortes com facas e uma excelente cena de batida de carros. Um dos interessantes filmes da lista, mas que não tem nada que pudesse justificar o banimento. Tentou ser re-submetido em 1987 sob o título Evil Protégé, contudo foi rejeitado e ainda permanece no limbo.

NIGHTMARE/NIGHTMARES IN A DAMAGED BRAIN (EUA, 1982) Dirigido por Romano Scavolini. Contendo alguns impressionantes efeitos especiais, este slasher profissional de ritmo lento conseguiu sair na tela grande com 1 minuto de cortes. Re-aplicado pela 'World of Video 2000' foi perseguido e erradicado. Em 2002 a versão sem cortes ganhou as ruas pela Screen Entertainment.

POSSESSION (França/Alemanha, 1981) Dirigido por Andrzej Zulawski. Este é um filme que precisa ser visto para acreditar: espiões, alienação, monstros com tentáculos, assassinatos, terceira guerra mundial, tudo com efeitos de Carlo Rambaldi... Apesar de ter sido lançado sem cortes para o cinema em 1981, foi banido pela DPP. Até 1999 quando conseguiu o almejado certificado.

PRANKS/THE DORM THAT DRIPPED BLOOD (USA, 1983) Dirigido por Jeffrey Obrow e Steven Carpenter. Um quase slasher que lembra mais a extensão de um projeto de faculdade, embora contenha algumas boas cenas, nunca foi lançado nos cinemas e saiu direto pela Canon video sem cortes. Banido, conseguiu a certificação no começo dos anos 90 e em uma reapresentação para DVD pela VIPCO acabou perdendo mais um segundo.

THE MONTAIN OF THE CANNIBAL GOD/PRISONER OF THE CANNIBAL GOD (Itália, 1978) Dirigido por Sergio Martino. Sergio Martino entrou na festa canibal um pouco tarde, quando ela já estava acabando, contudo realizou um filme bacana com alguma violência animal e a nudez gratuita de Ursula Andress. Cortado para os cinemas em 1978, a Hokushin video lançou o VHS sem cortes e acabou banido. Como a maioria dos filmes da lista, quando o filme não conseguiu ter o seu processo favorável a DPP saiu da lista, mas a empresa de distribuição já havia falido. Re-certificado com cortes (2 minutos e 6 segundos) em 2002.

REVENGE OF THE BOGEYMAN/BOOGEYMAN II (EUA, 1982) Dirigido por Ulli Lommel. Continuação de The Boogeyman, do próprio Lommel, contém virtualmente todos os elementos do filme anterior. Não é tão bom como o primeiro e foi direto para o VHS pela distribuidora VTC, sem cortes ou certificação foi banido. Em 2003 não apenas voltou intacto como ainda contendo mais material filmado.

SHOGUN ASSASSIN (Japão/EUA, 1980) Dirigido por Kenji Misumi/Robert Houston. Samurai e seu filho buscam vingança pela morte de sua esposa pelas mãos de um Shogun maluco enquanto ajudam os aldeões no caminho. Excelentemente filmado e editado, com boas atuações e uma dose cavalar de sangue. Saiu integralmente pela VIPCO sem cortes. A quantidade de sanguinolência e orgias baniram o filme. Duas apreciações foram feitas, uma passou com cortes de 27 segundos e a última, em 1999, foi aprovada sem cortes.

THE SLAYER (EUA, 1982) Dirigido por J S Cardone. Este slasher sobrenatural de baixo orçamento é bem filmado e conta a história dos pesadelos de infância de uma mulher em uma ilha na forma de um intruso horrivelmente mutilado que volta para pegá-la. A exceção de uma cena onde uma mulher é empalada nos peitos com um ancinho, não há nada muito chocante. Na metade dos anos 90 a VIPCO conseguiu removê-lo da lista após ceder 20 segundos de material e em 2001 saiu sem cortes pela Screen Entertainment.

SNUFF (EUA, 1971/76) Dirigido por Michael Findlay e Carter Stevens. O primeiro que deu origem a lenda urbana dos filmes "snuff" é uma visão amalucada dos assassinatos da família Manson e ficou engavetado por anos até que o produtor Allan Shackleton filmou um "assassinato" para o final. Ficou apenas um dia nas prateleiras do Reino Unido pela Astra Home Video antes de sumir de vez. Impressionantemente em maio de 2003 a Blue Underground conseguiu uma certificação sem corte algum.

SS EXPERIMENT CAMP (Italia, 1976) Dirigido por Sergio Garrone. Mais um pornô-softcore em campos de concentração maquiado de nazi-exploitation que contém diálogos inspirados e um título bacana a despeito do tédio que preenche a maior parte do tempo. Foi um dos primeiros filmes a ser perseguido no Reino Unido, muito mais pela sua reputação do que pelo conteúdo. Saiu sem cortes em 2005.

TENEBRAE (Italia, 1982) Dirigido por Dario Argento. Segundo filme de Argento na lista é um Giallo incrivelmente bem feito e um retorno do diretor em um lugar mais confortável depois das críticas sobre o filme Inferno. Para chegar aos cinemas precisou de 5 segundos de cortes, a mesma edição que foi banida pela DPP. Re-lançado em 1999 com 6 segundos a menos, em 2003 conseguiu passar pela BBFC sem cortes (pela Anchor Bay).

NIGHT SCHOOL/TERROR EYES (EUA, 1981) Dirigido por Kenneth Hughes. Slasher padrão da década de 80, causou mais rebuliço por causa da alteração do título original (Night School) e a arte da caixa. Conseguiu passar na tela grande após alguns cortes que foram re-inseridos pela Guild home video e foi banido, ainda que não haja praticamente gore espirrando. Em 1987 foi classificado para lançamento após 1 minuto e meio de cortes.

THE TOOLBOX MURDERS (EUA, 1978) Dirigido por Dennis Donnelly. Muito bem feito, uma performance bizarra de Cameron Mitchell e bastante nudez feminina abriu os olhos da DPP. Cortado em 3 minutos para o cinema, foi a mesma versão que saiu em vídeo e subseqüentemente banida. Saiu da lista quando a distribuidora Hokushin faliu e em fevereiro de 2000. A VIPCO obteve a certificação após cortes de 1 minuto e 46 segundos.

UNHINGED (EUA, 1982) Dirigido por Don Gronquist. Inspirado em Psicose, mas com muito, muito menos dinheiro, este filme tem uma atmosfera assustadora ainda que o elenco seja bastante amador. Chegou a ser exibido nos cinemas em 1983, com certos cortes, claro. Foi lançado, banido e pouco depois saiu da lista, pois a distribuidora Avatar fechou. Foi certificado intacto em 2004.

VISITING HOURS (Canadá, 1981) Dirigido por Jean Claude Lord. Rostos conhecidos estampam este slasher misoginistico (Michael Ironside e William Shatner) que precisou ser reduzido em 1 minuto para sair na tela grande em 1982. É a mesma versão erradicada pela DPP. A CBS/Fox levou novamente à apreciação em 1986 e a BBFC liberou a exibição. Curiosamente por um engano a edição integral passou na televisão ao invés da certificada, o que gerou para a emissora ITV uma advertência do governo.

WEREWOLF AND THE YETI (Espanha, 1975) Dirigido por Miguel Iglaisias Bonns. Paul Naschy estrela mais um filme de lobisomens bizarro, que é algo como o Lobisomem, da Universal, mas com mais gore. À parte de algumas chicotadas, nada na tela é tão abismal que banisse a produção. Contudo permanece banido até hoje.

THE WITCH WHO CAME FROM THE SEA (EUA, 1976) Dirigido por Matt Cimber. Nem tanto um filme de terror, está mais para um filme de arte com pornografia soft-core, tem uma narrativa difícil de acompanhar e uma série de personagens bobos. Saiu direto em VHS pela distribuidora VTC sem cortes, algumas tomadas de castração devem ter chamado a atenção da DPP. Saiu do limbo em 2006 numa versão sem cortes.

WOMEN BEHIND BARS (Espanha, 1977) Dirigido por Jesus Franco. Franco, assim como Fulci, são os diretores com maior número de obras na lista, três cada um. Como o título entrega, este é um W.I.P. repleto de nudez frontal feminina com o trabalho de câmera horrível e as chibatadas características do diretor. Sem cortes e direto em vídeo pela Go Video, os censores sempre tiveram olhares tortos quando o assunto é torturas femininas e com este não foi diferente. Permanece banido até hoje.

XTRO (Inglaterra, 1983) Dirigido por Harry Bromley Davenport. Bom filme de ficção científica com alguma coisa chocante e bons efeitos se levarmos em consideração o baixíssimo orçamento. Foi lançado nos cinemas sem cortes. Conclui-se que XTRO entrou na lista quase por engano, pois tão logo apareceu no rol da DPP, foi certificado e liberado plenamente.

HELL OF THE LIVING DEAD/ZOMBIE CREEPING FLESH (Italia, 1980) Dirigido por Bruno Mattei. Opa! Quem diria que o nome de Bruno Mattei estivesse na mesma relação que Lucio Fulci, Dario Argento, Mario Bava, Sam Raimi e Tobe Hooper? Hahaha... De uma produção de Mattei nós já sabemos o que esperar, então difícil pensar que alguém na DPP levou o filme a sério, especialmente quando a versão em VHS (pela Merlin Video) continha os mesmos cortes da edição de cinema de 1982. Foi re-certificado duas vezes: uma com mais cortes no início dos anos 90 e em janeiro de 2002 integralmente.

ZOMBI 2/ZOMBIE FLESH EATERS (Italy, 1979) Dirigido por Lucio Fulci. Para encerrar esta maratona, outro filme infame de Fulci, repleto de violência e, bem, mais violência. Após quase dois minutos de cortes para sair no cinema, a VIPCO lançou o VHS sem cortes apenas para ver depois que ambas as edições foram banidas. Passou várias vezes pela mesa da BBFC, até que em 2005 viu a luz do dia sem alterações. Fazendo uma síntese de tudo o que está escrito acima, das 74 produções, 33 saíram sem cortes, 27 tiveram reduções para lançamento, 13 continuam fora das prateleiras britânicas e 1 saiu com material adicional. Durante o vigor da lista da DPP, ações independentes de alguns condados pelas polícias locais para confiscar filmes que eles acreditavam serem ofensivos também aconteceram, baseados no “Ato 1984". Alguns deles possuíam suas próprias listas, outros pegavam primeiro e perguntavam depois.

Abaixo está a lista dos filmes que foram apreendidos, mas que nunca estiveram na lista oficial da DPP. Não está completa, contudo serve para se ter uma dimensão do tamanho do caos que eram os critérios de apreensão de material durante estes tempos:

  1. BASKET CASE (EUA, 1982) Dirigido por Frank Henenlotter
  2. BLOOD FOR DRACULA (Itália, 1973) Dirigido por Paul Morrissey
  3. BLUE EYES OF THE BROKEN DOLL (Espanha, 1972) Dirigido por Carlos Aured
  4. THE LAST CANNIBAL WORLD (Itália, 1976) Dirigido por Ruggero Deodato
  5. CITY OF THE LIVING DEAD (Itália, 1980) Dirigido por Lucio Fulci
  6. DAWN OF THE MUMMY (Egito/Itália 1981) Dirigido por Frank Agama
  7. DEMENTED (EUA, 1980) Dirigido por Arthur Jeffreys
  8. THE EXTERMINATOR (EUA, 1980) Dirigido por James Glickenhaus
  9. FRIDAY THE 13TH (EUA, 1980) Dirigido por Sean Cunningham
  10. FRIDAY THE 13TH PART 2 (EUA, 1982) Dirigido por Steve Miner
  11. THE HILLS HAVE EYES (EUA, 1977) Dirigido por Wes Craven
  12. I DRINK YOUR BLOOD (EUA, 1972) Dirigido por David Durstan
  13. KILLER'S MOON (Inglaterra, 1978) Dirigido por Allan Burkinshaw
  14. MACABRE (Itália, 1982) Dirigido por Lamberto Bava
  15. MADMAN (EUA, 1982) Dirigido por Joe Giannone
  16. MANIAC (EUA, 1980) Dirigido por William Lustig
  17. MOTHER'S DAY (EUA, 1981) Dirigido por Charles Kaufman
  18. NIGHT OF THE SEAGULLS (Espanha, 1975) Dirigido por Armand De Ossorio
  19. THE PROWLER/ROSEMARY'S KILLER (EUA, 1981) Dirigido por Joe Zito
  20. SUPERSTITION (EUA, 1981) Dirigido por James RobersonT
  21. TERROR EXPRESS (Itália, 1979) Dirigido por Ferdinando Baldi
  22. THE THING (EUA, 1982) Dirigido por John Carpenter
  23. VIDEODROME (Canadá, 1982) Dirigido por David Cronenberg
  24. WEREWOLF WOMAN (Itália, 1976) Dirigido por Rino Di Silvestro
  25. ZOMBIE HOLOCAUST (Itália, 1980) Dirigido por Marino Girolami
Por engano, outras produções também foram caçadas, mas percebendo o erro foram devolvidas rapidamente. Os destaques ficam para Apocalypse Now, de 1979, (possivelmente confundido com Cannibal Apocalypse), as comédias "The Best Little Whorehouse In Texas" (A Melhor Casa Suspeita do Texas, 1982), "The Devil & Max Devlin" (Max Devlin e o Diabo, 1981) e o filme de guerra "The Big Red One" (Agonia e Glória, 1977) por causa da conotação sexual dos títulos. Milhares de outros títulos não foram certificados pela BBFC e foram banidos sem aparecer na lista - a parte de sucessos conhecidos como "The Texas Chainsaw Massacre" , "Straws Dogs" e "The Story of O", grande parte são obscuridades que talvez os jovens britânicos jamais tenham ouvido falar, muitas delas provavelmente pérolas. Então vem a real finalidade desta discussão:

Em um mundo em que milhões vivem longe do grande mundo do cinema sem restrições, podemos não reclamar por eles, mas não devemos esquecer daqueles que não são afortunados o suficiente para escolher o que querem assistir e ter um gostinho da liberdade ilimitada da sétima arte.

FONTES: Caralhada de Filmes Malditos e Boca do Inferno

“O Funcionário Zumbi”, de Kauê Nunes Melo

O curta, chamado “O Funcionário Zumbi” é um fake documentário sobre um funcionário zumbi contratado através de cotas para trabalhar em uma empresa.

O filme é cheio de referências e foi todo feito em apenas 12 horas (produção, gravação e edição)
dentro de um evento chamado “Mkthon” (promovido pela empresa “Mkt Virtual”).

Recebeu um prêmio especial do júri no festival “Curta Santos” e um destaque na coluna do crítico Celso Sabatini no site “Cineclik”.

Aos interessados segue o link do curta no Youtube clicando aqui.

FONTE: Infernotícias

Remy Couture: culpado pelo perfeccionismo

A primeira vez que um artista de efeitos especiais teve que testemunhar que seu trabalho era falso foi em 1971, no filme "A Lizard in a Woman’s Skin", de Lucio Fulci quando Carlo Rambaldi foi acusado de usar cães de verdade na cena onde havia uma vivissecção. O efeito dos cães abertos e com o coração ainda batendo foi considerada tão realista que Rambaldi teve que aparecer no tribunal com os cães falsos para provar que nenhum animal foi prejudicado.

Agora, mais de 40 anos depois, um bizarro processo judicial da mesma forma está acontecendo em Quebec. Remy Couture, um artista de efeitos especiais de horror (Montreal) foi acusado em 2009 por "corrupção da moral" após uma queixa (que pode ser lida em inglês aqui) feita sobre as imagens encontradas em seu site "Inner Depravity". A acusação, originária da Alemanha, foi comunicada à polícia de Montreal pela Interpol, e dado que as imagens chocantes envolviam cenas de tortura e o assassinato de um adolescente, a polícia sentiu-se compelida a investigar.

Depois dos oficiais enganarem Couture colocando-se como clientes solicitando maquiagens de Halloween ele foi preso e levado sob custódia. Teve seu apartamento revistado onde a polícia encontrou a oficina do artista, repleta de próteses de membros, cabeças, sangue falso, maquiagem e outros materiais profissionais. Esta evidência, juntamente com a insistência de Couture de que as imagens denunciadas tratavam-se de obras de ficção, levou a polícia a libertá-lo no mesmo dia. Infelizmente os censores locais aproveitaram a deixa para mover um processo contra Remy Couture sobre a acusação de que seu trabalho incita o ódio e a degradação ao sexo feminino e o artista foi preso novamente. Até hoje o processo judicial ainda está em curso.

Em uma entrevista, ele expressou a descrença de que ele estava sendo perseguido injustamente pela lei, enquanto "crimes reais" estavam acontecendo. "É um absurdo", disse Couture, "O que eu faço é arte. De certa forma é melhor ver pessoas gastando seu tempo no meu arquivo ao invés de consultarem fotos reais de crimes violentos". Remy Couture, 33, pretende argumentar também que há muitos outros filmes bem mais sangrentos e abusivos em circulação que não foram alvo de obscenidade, e ele quer saber por que.

Karine Fournier, um artista têxtil vestida como uma noiva zumbi se sentiu compelida a suportar a causa de Couture. " Para nós, perder a liberdade de expressão ", ela argumentou: "é a morte".

Julie Delisle, que também trabalha no gênero horror, disse que ficou surpresa com as acusações e agora se sente como " se estivéssemos sendo observados cada vez mais de perto ".

O advogado de Couture, Dominic Bouchard, disse que o caso poderia ter repercussões sobre os filmes de terror em geral. Bouchard disse também que é a primeira vez que uma acusação de obscenidade relacionada às obras do gênero horror foi estabelecida no Canadá. Mas acusações de obscenidade são controversas e complicadas. A Suprema Corte em 1992 reconheceu que as representações humilhantes e violentas de sexo podem fazer mal para a sociedade, especialmente as mulheres, e estabeleceu alguns testes nesse sentido.

Embora a polícia de Montreal alegue que denúncias foram feitas sobre o curta “Inner Depravity: Volume 1” mostrar uma criança sendo molestado e morta, Bouchard disse que eles estão errados. Os filmes de seu cliente retratam apenas um adolescente ser “morto” e não sexualmente violado.

De acordo com Couture, o sexo em seus filmes é simulado, em oposição à pornografia, em que o sexo é real. "E les sabem que (meu trabalho) é tudo ficção ", acrescentou. “ Ninguém é forçado a assistir” , Couture explicou através de um sorriso. " É horror" , disse ele, " não uma caricatura ".

Os dois curta-metragens de Remy Couture “Inner Depravity: Volume 1” e “Inner Depravity: Volume 2” (ambos com aproximadamente 10 minutos) e que traziam a alcunha "A humanidade tornou-se mestre na arte de crueldade" estavam disponíveis no site do artista até sua prisão.

O julgamento de Rémy Couture terá lugar no início de 2012 no Palácio de Justiça de Montréal. Se Rémy for considerado culpado, ele pode ser condenado à prisão e ter um registo criminal sem cometer nenhum crime a não ser o de expressar sua arte e isso vai significar o fim da liberdade de expressão para as gerações vindouras.

O documentário Art/Crime, do cineasta Frédérick Maheux, (lançado em 2011 no Fantasia Festival) procura apresentar o caso de forma mais ampla e investigar as idéias correntes sobre arte, obscenidade e liberdade criativa e uma petição a favor do artista pode ser assinada aqui além de um site criado para defender os direitos de expressão do artista (Support Remy Couture).

Veja abaixo alguns dos trabalhos deste incrível profissional do horror.

(clique para ampliar a imagem)

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